Florença é uma cidade vibrante, majestosa e, simultaneamente, simples, de uma beleza singular em cada recanto. Talvez por ser esta a opinião (quase) unânime de quem já foi contagie outras pessoas a querer visitar…por isso, deixo aqui o meu testemunho porque pode ser-lhes útil.
Em primeiro lugar, há que ter em conta a versatilidade da cidade. Independentemente do tipo de turismo que se pretenda fazer, Florença corresponde. Na viagem de ida, falei com uma assistente de bordo que a caracteriza como “um museu a céu aberto”...e verifica-se. Na altura, pensei que talvez estivesse a confundir com Roma, mas tornou-se claro durante a minha estadia o significado daquelas palavras.
A arquitetura é muito bonita e homogénea, alterando-se um pouco entre ambas as margens do rio Arno. Do lado da Catedral, os edifícios são mais imponentes e é onde se encontra a maioria dos museus, que eram originalmente propriedade dos Médici, a família mais influente de Florença, que viu o seu poder crescer pelo controlo da banca, consolidando-o mais tarde politicamente.
Atravessando a Ponte Vecchio, vemos do outro lado do rio ruas e cantos românticos que nos transportam para as cenas de certos filmes que foram também, em parte, uma razão para querer visitar a Itália.
O meu objetivo era aliar os passeios pela cidade com visitas culturais, sem esquecer a experiência gastronómica. Uma estadia de 3 dias inteiros foi suficiente para ver os pontos essenciais e ter já uma ideia bastante clara do funcionamento da cidade, principalmente porque não é necessária a utilização de transportes públicos.
Para quem pretenda ver alguns museus e galerias, vale a pena adquirir o Firenze Card, que é válido durante 72 horas, tem um custo de 85€ e evita as filas de bilheteira. Tendo em conta a quantidade de turistas que converge constantemente, é um investimento para evitar perdas desnecessárias de tempo. Por outro lado, o cartão assegura a entrada para mais de 60 museus, incluindo os que têm mais relevância e cujo valor da entrada avulso compensa, mais uma vez, esta compra. A sua reativação é gratuita por um período de 6 meses.
Partilho o meu top 4 das atrações que estão incluídas neste passe:
Palazzo Pitti, que tem um espólio incrível da família Médici e os seus maravilhosos Jardins Boboli;
Basilica di Santa Croce, que é uma igreja que faz parte da Ordem Franciscana e cuja traça está em linha com a Catedral, de que falarei mais à frente.Tão bonita por fora como por dentro, vale a pena a visita pela capela no interior e os túmulos de Michelangelo e Galileu.
Galleria dell'Accademia, com grande destaque para as obras-primas de Michelangelo, nomeadamente (mas não só) a escultura de David. Se houver algo próximo da perfeição na Terra, no mundo da escultura, é esta peça. Alerto que a maior parte da exposição é composta por arte sacra;
Galleria degli Uffizi - faço o mesmo alerta, embora em medida mais reduzida e deixo o destaque para as grandes obras da pintura do Renascimento que podem aqui ser apreciadas. Pessoalmente, gostaria de destacar a “Primavera” e “O Nascimento de Vénus” de Botticelli, a “Anunciação” de Da Vinci e a “Medusa” de Caravaggio.
Aqui importa salientar dois pontos que podem ajudar a evitar perdas de tempo:
No caso dos dois primeiros museus mencionados no parágrafo anterior, basta apresentar o cartão, que serve como bilhete e não é necessário estar na fila.
Embora ambas as galerias estejam incluídas no cartão, é necessário levantar o bilhete e ter reserva pré-feita. Para efetuar a reserva, basta ligar para o número +39 055 294883, escolher a língua em que pretende falar com o operador e dizer o dia e a hora em que pretende visitar estes museus. Dica: convém ter um papel e caneta ao lado porque ser-lhe-á transmitido o número da reserva, que será necessário apresentar na bilheteira.
Quanto ao Duomo, que é a Catedral de Santa Maria del Fiore, encontra-se no centro e é tão alta e comprida que se vê de várias partes da cidade. É o edifício mais bonito de toda a Florença visto de fora. Vale a pena percorrê-la a toda a volta e atentar em todos os detalhes da pintura. A fila para entrar é grande e, apesar de a entrada ser grátis, por dentro deixa um pouco a desejar, talvez pela expectativa criada pela magnificência do exterior.
A Catedral tem um complexo associado, para o qual se compra bilhete e recomendo a entrada nas catacumbas, em que se pode ver e ler sobre as descobertas arqueológicas que contam a história deste edifício e que remonta a tempos bastante anteriores a ser uma igreja; o Batistério de São João, que é uma obra-prima por dentro; subir os degraus da Torre Giotto para ter uma visão espetacular das ruas da cidade; e o Museu da Obra do Duomo, em que estão expostas portas originais do Batistério…e, só por isso, já compensa a visita.
Nota: não podem entrar mochilas neste complexo, pelo que aconselho a que as deixem primeiro no local para o efeito, que se encontra mesmo ao lado deste museu. Não se esqueçam de levar a carteira e o telemóvel, porque essa responsabilidade não está assegurada.
Por último, não podia deixar de referir o encanto que é ver o pôr-do-sol a partir da Piazzale Michelangelo, que oferece uma vista ímpar sobre toda a Florença com o toque mágico das cores que apenas aparecem a esta hora do dia. É um lugar concorrido e implica um esforço considerável na subida até lá chegar, mas o resultado final será uma memória inesquecível.
Caso prefira não o fazer a pé, pode optar por ir apanhar o autocarro nº 12 ou 13, que parte do centro da cidade.
Dicas rápidas:
Em termos de alojamento, optei pelo Hotel Martelli, que foi uma excelente escolha a nível de localização (a 5 minutos a pé do Duomo), atendimento cuidado e simpático e limpeza dos quartos. É também um sítio em conta, cujo pequeno-almoço se encontra incluído em todas as reservas.
À saída do aeroporto está um elétrico que faz a viagem direta para o centro da cidade e sai a cada 6 minutos.
Sabemos que a gastronomia em Itália é de se comer e chorar por mais…por isso, não deixem de experimentar a Bistecca Fiorentina. É um prato caro, mas vale cada cêntimo pela qualidade da carne e da sua confeção.
Se puderem, fiquem mais alguns dias para visitar outras cidades da Toscana que se encontram a pouca distância de comboio ou carro (Veneza, Milão, Siena).
Já visitaram ou estão a pensar ir? Convido-vos a darem as vossas sugestões ou a entrarem em contacto comigo para dúvidas ou dicas através do Instagram @carolmapgc ou da caixa de comentários!
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