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Writer's pictureCarolina Costa

Egito…uma viagem, uma aventura, um sonho

Updated: Aug 18, 2023

Esta é uma viagem para os amantes de História, principalmente aqueles que adoram sentir que entram e fazem parte dela, porque é o sentimento que prevalece: História Viva.


Desde que estudei a Civilização Egípcia antiga na escola, que se tornou um destino de sonho para mim. Queria ver e sentir tudo aquilo que tinha lido nos livros. Por vezes, criar expectativas pode ser um fator de desilusão quando a realidade com que nos deparamos não corresponde àquela que imaginámos. Felizmente, neste caso não correspondeu; superou largamente tudo o que esperava encontrar.


Pude testemunhar em primeira mão o resultado de uma sociedade antiga que foi tão avançada e que, ainda hoje, não conseguimos explicar como conseguiram fazer certas obras de engenharia, tanto em termos da construção (tendo como exemplo as Pirâmides) como de irrigação do solo por forma a criar espaços verdes e agricultura num ambiente tão árido como é aquele. Mesmo nos dias que correm, todos os espaços com árvores e plantas foram criados através do desvio de água do rio Nilo como sistema de rega.


Creio que a grandiosidade de magnificência dos monumentos ganha ainda maior evidência por se situarem fora das cidades. O silêncio do deserto convida-nos a olhar para aquelas obras-primas com uma serenidade e permite-nos dar uma atenção maior aos detalhes com uma admiração e respeito pelos egípcios antigos que as criaram. Fiquei estupefacta perante o estado de conservação destas atrações, principalmente tendo em conta que algumas contam já a sua existência desde há 3000 anos A.C., e ainda se conseguem ver em alguns templos as cores originais com que foram desenhadas as gravuras e escritos os hieróglifos - amarelo, azul e magenta.



Esta Civilização guarda segredos que possivelmente nunca iremos conhecer, apesar de todos os túmulos e templos terem as suas paredes cobertas de desenhos e descrições de quem tinham sido aquelas pessoas e de como se vivia na época. No entanto, não é o suficiente para explicar certos fenómenos científicos e feitos de engenharia, que provavelmente estariam descritos em papiros e manuscritos guardados na (antiga) Biblioteca de Alexandria, que foi infelizmente destruída.


O circuito teve o seu início no Cairo, em que tive a oportunidade de ver as Pirâmides e a Esfinge de Gizé, que são realmente de cortar a respiração. Não entrei nestas, mas quis entrar na primeira pirâmide que foi construída (pelo menos entre aquelas que foram desenterradas) e que se situa em Saqqara. Embora a entrada tivesse uma rampa severamente inclinada e tivesse de avançar dobrada devido à reduzida altura do túnel, o interior não era claustrofóbico e tinha espaço suficiente para circular com fluidez. Uma vez lá dentro, os tetos eram bastante altos e podíamos ver em todo o lado imagens e hieróglifos, provavelmente a contar a história da vida daquele faraó. Creio que aqui importa referir que uma pirâmide é um túmulo sempre destinado a um faraó e é a primeira coisa que este mandava construir logo que ascendia ao poder. O formato da pirâmide pretende replicar a projeção da iluminação do sol. Por estes aspetos curiosos, verificamos a importância que os antigos egípcios davam à morte e à reencarnação, em que acreditavam.



Ainda no Cairo, fui ao Museu Egípcio de arte faraónica, que vale muito a pena visitar, uma vez que encerra vários sarcófagos de uma beleza ímpar, bustos de faraós e deuses e os seus tesouros. Foi aí que aprendi mais um facto curioso: as pessoas eram sempre representadas de perfil para a alma reconhecer inequivocamente o corpo a que pertence quando voltar à Terra.

Devo dizer que senti uma complementaridade entre a forma como os monumentos estão construídos e as histórias que vemos nas suas paredes e a confirmação nos objetos que que constituem a exposição permanente deste museu.

Por fim, visitei a Mesquita que se encontra dentro da Cidadela de Saladino e que é a mais bem conservada que existe hoje em dia, e fui ao Bazar Khan el-Khalili, que é paragem obrigatória.



Passei depois por Abu Sembel, onde entrei nos templos que foram erigidos em honra de Ramsés II e da sua esposa favorita, Nefertari. Estes são absolutamente fantásticos e estão ainda em excelente estado de conservação.


Daí voei para Assuão onde iniciou a viagem de cruzeiro até Luxor. O cruzeiro pelo Nilo é uma atividade que é sempre recomendada e vale realmente a pena. Fui fazendo algumas paragens para visitar os templos pelo caminho e saliento o Templo de Philae, que elegi como o meu preferido de toda a viagem porque é a evidência da colaboração e contemporaneidade (por um período da História) entre as Civilizações Egípcia e Greco-Romana, perfeitamente patente nos frisos das colunas e nas gravuras dentro do próprio templo.



Em Luxor, além dos templos que estão dentro da cidade (único caso), fui ao Vale dos Reis. Este foi construído num sítio remoto de propósito para guardar as sepulturas dos faraós e evitar que fossem saqueadas. No entanto, embora fosse um esforço nobre, o sucesso não durou muito tempo. O bilhete inclui a visita a 3 túmulos à nossa escolha de entre os 60 que aqui existem. O de Tutankhamun também está aqui, mas é pago à parte e apenas tem a múmia.



Procurei sempre fazer as atividades extra, que posso também partilhar. Foram ambas em Luxor:


1 - Andar de balão e ver o nascer do sol. É uma experiência muito bonita, porque o nascer do sol lá tem umas cores indescritíveis. No entanto, venderam a ideia que atravessaríamos o Nilo de balão e veríamos os monumentos de cima e tal não aconteceu. Sob o pretexto de estar muito vento sobre o rio, aterrámos a meio da viagem. Creio que foi uma desculpa, porque nos dias seguintes, os balões ficaram sempre por ali sem nunca atravessar o rio;



2- Passeio de charrete pelas ruas e mercado de Luxor. Foi o momento em que mais estive em contacto com a forma como se vive lá e a miséria em que as pessoas se encontram. É uma realidade que sabemos que existe, mas torna-se muito mais atroz quando a vemos com os nossos próprios olhos.


Alguns fatores que considero importantes alertar para que vá a primeira vez, como foi o meu caso:

  • Está mesmo muito calor (num dos dias estavam 42 graus e nem era ainda meio do dia), pelo que devem privilegiar a hidratação e a proteção (fator 50+);

  • Em termos de indumentária, as mulheres podem vestir-se como usualmente fariam num país quente, de calções e top. Convém, no entanto, evitar grandes decotes e saias ou calções muito curtos. As mesquitas são os únicos sítios em que se tem de cobrir a cabeça, ombros e joelhos;

  • Há um grande choque de vermos muitas pessoas à nossa volta, entre elas várias crianças, a tentar agressivamente vender coisas ou a pedir comida. Até no cruzeiro (!) aconteceu sermos abordados por um barco que se atraca ao grande para tentar vender alguma coisa;

  • Não há almoços grátis. Esta máxima tão conhecida e dita por cá ganhou um significado muito mais literal no Egito. Se alguém estiver a ser simpático, pretende certamente algo em troca;

  • Recomendo vivamente a marcação desta viagem em circuito organizado através de uma agência de viagens. Normalmente, marco tudo e vou à aventura, mas neste país teria sentido uma insegurança tremenda e o nível de eficiência dos transportes locais deixa muito a desejar.


Por todos estes fatores, digo que vivemos a História ao entrar em cada Templo, nas Pirâmides, e mesmo nos museus, pela riqueza do seu espólio. Vivemos uma cultura muito diferente e sentimos um crescimento interior que só a experiência de viajar nos pode dar.


Caso tenham alguma alguma dúvida ou algo que queiram partilhar, deixem por favor um comentário. Se preferem, podem também enviar um e-mail para carol.the.brave23@gmail.com ou contactar-me através do Instagram @carolmapgc.



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3 Comments


Guest
Aug 21, 2023

Adorei a resenha com a bela partilha da experiência! Sem dúvida o andar de Charrete foi um dos momentos mais ‘emocionantes’. 😬😇

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Guest
Aug 15, 2023

Fiquei com vontade de ir!

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Carolina Costa
Carolina Costa
Aug 15, 2023
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É exatamente esse o objetivo do artigo! Obrigada.

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